Tinham decidido
partir nesta nova aventura, sem saberem que seria uma aventura, poucos minutos
após o nascer do sol. Naquela manhã ela estava deprimida, incomum nela, não
sabia o que a incomodava. Tinha 32 anos, bem vividos, sempre de sorriso na
cara, uns dias mais que outros. Ele com 27, jovem pouco aventureiro, sempre
fora pacato e silencioso.
Contrastavam.
Naquela manha ele perguntou-lhe:
vamos embora? Sem pensar duas vezes ela respondeu-lhe: sim. Apontou para o mapa e
lá foram rumo a Laos.
Foi a primeira vez dele. Nela já
era hábito. Talvez por isso ele tenha feito a pergunta. Sabia que ela não ia
dizer que não.O desconforto do quotidiano vinha
há muito tempo a apoderar-se do corpo dele. Trabalho pouco estimulante, comida
sempre do mesmo sabor. Uma vida sem cheiro. A única cor que lhe restava era
ela.
Ela, bonita. Sempre com espirito
jovem. Viajava sempre que podia, de preferência sozinha ou com uma única
companhia. Não gostava de confusão. Nunca gostou. Talvez desprendida mas
demasiado mimada para se notar. Mudava sempre que podia de trabalho. Trabalhava
sete meses, viajava cinco. Há seis anos que fazia isto. Nunca parava. Ele era o
seu porto seguro. O lar.
Foram cinco dias. Três de viagem,
dois para se instalarem.
No meio da rua ele agarrou-lhe a
mão, encostou-a contra o peito e disse-lhe ao ouvido:
Deixamos tudo?
Ela sorriu e entregou-lhe: temos
tudo o que precisamos.
Tudo o resto deixara de fazer
sentido.
Em Agosto de 2012 encontrei-os em
Londres, foi a primeira vez que saíram de Laos.
"Conhecemos o John em Laos, procurava o amor da sua vida, encontrou-a aqui em Londres. Casam daqui a dois dias. Foi isto que nos fez vir cá, o amor"
acho que se o pierre a namorada lessem iriam gostar
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