segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Desemprego jovem



     Os mais jovens deputados de cada grupo parlamentar apontam a prática de uma “incorrecta lei laboral” e o “desaproveitamento do conhecimento académico” como as principais causas para os 35 por cento de desemprego jovem.

Em análise ao comportamento dos jovens, os deputados assumem que a juventude tem uma visão descredibilizada da política e dos políticos.
Com idades entre os 25 e os 33 anos, Cristóvão Ribeiro (PSD), Vera Rodrigues (CDS), Pedro Alves (PS), Pedro Filipe Soares (BE) e Rita Rato (PCP) são os deputados mais jovens da Assembleia da República.
 Confrontado com os níveis de desemprego o deputado socialista, Pedro Alves, defende que “é necessário intervir na lei laboral” para que esta não “tire direitos a quem já os tem, mas que reforce os direitos a todos”. “A lei laboral protege cada vez mais o lucro em vez das condições laborais”, acrescenta. 
No que respeita à formação académica, o deputado do bloco de esquerda afirma “que a nossa estrutura económica não valoriza o conhecimento adquirido pelos jovens”, ou seja “na prática estamos a ter uma dupla desgraça: os jovens não se valorizam por não estarem no mercado de trabalho e a sociedade está a hipotecar o investimento que fez sem tirar proveito da sua formação”.      
 “Os números do desemprego jovem são fruto de um conjunto de más politicas seguidas nos últimos anos”, considera o Cristóvão Ribeiro.
A deputada comunista entende que “uma taxa desta dimensão só é justificada por políticas que agravam e impedem a concretização de muitos direitos da juventude”.
  Em análise ao comportamento dos jovens na política todos os deputados concordam que a juventude portuguesa está “desligada”. “Os níveis de participação cívica por parte dos jovens são pautados por muito apatia”, afirma Pedro Alves.   
“Eu entendo que provavelmente ao longo dos anos não fomos tendo os melhores exemplos daquilo que é ser-se político”, confessa Vera Rodrigues deputada do CDS acrescentando que “os políticos estão de uma forma geral descredibilizados”.
 “Os jovens olham para a política de uma forma velha, são velhos na vida política, perderam o encanto porque já não a olham com a visão de que esta pode ser a mudança de vida”, afirma Pedro Filipe Soares.
   Rita Rato, deputada comunista, considera que este comportamento dos jovens “é legítimo pois os últimos anos de regime democrático não têm melhorado a vida dos portugueses”. 
  O deputado democrata, Cristóvão Ribeiro, apela “à participação cívica e ativa dos jovens na política para uma construção de um novo paradigma” acreditando que “quanto mais jovens participarem, melhores serão as decisões tomadas”.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Lisboa


Lisboa é menina, 
  Lisboa é moça, 
    Lisboa é apaixonadamente encantadora. 


Olisipo? Olissibona? Aschbouna? 

Possivelmente são palavras que não lhe dizem muito, mas se eu disser "Lisboa" não há quem não saiba. 

Quem é Lisboa? O que nos conta esta cidade que sempre foi tratada por menina e moça com corpo de mulher? Quantas vidas estão  por contar atrás das portas das "casas de várias cores", de que nos falava Álvaro de Campos?!

Lisboa é absolutamente apaixonante. Enche-nos de vida durante o dia e aconchega-nos durante a noite. Tem cor, tem luz, tem brilho, tem som e silêncio. Tem história e saber, tem cultura e travessura, sem nunca perder o seu "cheiro de flores e mar".

Numa carta de amor à cidade José Saramago escreveu,

"Lisboa tem-se transformado nos últimos anos (...) levantam-se muros de betão sobre as pedras antigas, transtornam-se os perfis das colinas, alteram-se os panoramas, modificam-se os ângulos de visão. Mas o espírito de Lisboa sobrevive, e é o espírito que faz eternas as cidades. Arrebatado por aquele louco amor e aquele divino entusiasmo que moram nos poetas, Camões escreveu um dia, falando de Lisboa: "...cidade que facilmente das outras é princesa". Perdoemos-lhe o exagero. Basta que Lisboa seja simplesmente o que deve ser: culta, moderna, limpa, organizada - sem perder nada da sua alma. E se todas estas bondades acabarem por fazer dela uma rainha, pois que o seja."

sábado, 1 de setembro de 2012

Guarda-chuvas de Chocolate

Gosto de acreditar que aqueles que nascem com um dom jamais o perderão.
Gosto de acreditar que cantar não é para todos, pintar não é para todos, escrever não é para todos, interpretar não é para todos.
Gosto também de acreditar que cada um de nós tem um dom, intransmissível e pessoal, assim como a nossa impressão digital.

Luciano Gomes tem o dom da representação, da interpretação, os seus pulmões respiram teatro, nas veias correm textos, cenas e actos, e os seus pés só se sentem em terra firme em cima de um palco.

Este fim-de-semana desloquei-me ao Teatro Rápido e assisti a uma das melhores interpretações que já vi. Guarda-Chuvas de Chocolate um espectáculo baseado nas crónicas de António Lobo Antunes, mostra-nos de que é feito o ser humano, tempo, nada mais do que isso, de tempo.
Num cenário intimista o actor desabafa com o público como quem fala sozinho nos recantos da sua casa, da sua intimidade. Faz-nos apaixonar por uma infância quase esquecida, por uma vida passada num abrir e fechar de olhos e no fim as lágrimas caem como o cair do pano no final de um espectáculo.

É impossível ficar indiferente a esta interpretação. Aproveitem!