terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sabor da vida


       Sempre quisera sentir o sabor da vida, a vida no seu expoente máximo, a ferver dentro do seu corpo. A euforia de estar vivo, nem que seja por segundos.
     Queria sentir que vive como deveria viver, que aproveita as oportunidades e que não podia estar a viver de outra forma.
    Queria saber que o momento que perde a ter uma conversa sobre um tema desinteressante para si, não é um desperdício, que o tempo que demora a alimentar-se diariamente lhe é útil e traz-lhe sabor, isso mesmo, sabor.
   Não o sabor do café acabado de beber, não o sabor das comidas da mãe ou da avó, não o sabor do silêncio. 
    O sabor da vida, só isso.
    Afortunados são os que se sentem plenos, sem os “ses”, sem os “enfins”. Aqueles que soltam gargalhadas com o acordar e sorriem ao adormecer. Aqueles que não temem e partem à aventura sem olhar para trás e com a certeza que não existe outro lugar onde deveriam estar, e principalmente onde queriam estar. Estão ali. Querem estar ali.
   Esses que sentem o sabor que ele tanto quer sentir. Sortudos! Loucos e destemidos! Brilhantes!
  Eles, não nós! Nós escondemo-nos atrás da cortina e vamos espreitando a vida lá fora, com medo. Aquela vida, aquela que vive, aquela que lá de fora nos grita: Vem! Vive-me! O que esperas?

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